sábado, 2 de maio de 2009

Cada qual em seu quadrado.

Cada qual em seu quadrado.
-Isto é uma ordem ou uma regra?
-Acho que devo visitar o quadrado do outro. Pensou.
O sujeito tinha jeito de quem refletia a respeito. E ficou ressabiado, arisco.
Pois quem ousaria a bisbilhotar em seu quadrado? E possivelmente perceber que, por outros ângulos, nem tão quadrado seria assim?
O sujeito que ousou se aproximou do sujeito que teve seu quadrado esquadrinhado e disse:
-Como faço para ter em meu quadrado uma vista como a tua?
-Me deixando ver por você. Respondeu irônico.
O sujeito já se afastava cabreiro quando o outro áspero falou:
-É só olhar por outro ângulo como fez ao me investigar.

Disse outrora algum sujeito que, ao olhar de dentro de seu próprio quadrado, ele deveria mudar muito mais que ângulos. Deveria mudar os vértices, os pináculos de sua consciência.
Vendo, ambos estão sujeitos a enganos, equívocos. Se tratam com ressalvas, com desconfianças, com intenções calculadas. Mas o sujeito não se arrisca. Continua com seu plano de qualificar o seu quadrado colocando em julgamento o quadrado do outro.
Nenhum dos sujeitos mudara ainda seus vértices.

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